"A Ciência por Trás do Conforto nos Doramas: Como 'It's Okay to Not Be Okay' nos Ensina Sobre Saúde Mental"
Os doramas, além de serem uma forma envolvente de entretenimento, oferecem insights valiosos sobre questões psicológicas e emocionais. Um exemplo é "It's Okay to Not Be Okay" - Tudo Bem Não Ser Normal (2020), que aborda temas complexos como trauma, saúde mental e relacionamentos de forma sensível e profunda.
Na trama, acompanhamos Moon Gang-tae, um cuidador em uma ala psiquiátrica, e Ko Moon-young, uma escritora de livros infantis com um transtorno de personalidade antissocial. Ambos os personagens carregam cicatrizes emocionais profundas, e a série explora como seus caminhos se cruzam, resultando em uma jornada de cura mútua. Também temos uma representação significativa do TEA (Transtorno do Espectro Autista) e seus diversos desafios e possibilidade com o personagem Moon Sang-tae, irmão mais velho e que completa o trio de protagonistas.
Esse dorama destaca como os relacionamentos podem funcionar como mecanismos de regulação emocional. Estudos na área de psicologia positiva e neurociência apontam que o apoio social, especialmente em formas de conexões significativas, pode reduzir os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e aumentar a oxitocina, que promove sentimentos de bem-estar e segurança. Ao observar o desenvolvimento da relação entre o trio principal, podemos refletir sobre como o apoio e a compreensão mútua ajudam a suavizar as arestas da dor emocional.
Outro ponto de destaque é a forma como o dorama lida com o conceito de 'aceitação'. Moon-young, ao enfrentar seus traumas e desafios psicológicos, ilustra a importância de aceitar as próprias vulnerabilidades como parte do processo de cura. Esse conceito é respaldado por terapias contemporâneas, como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que enfatiza a aceitação como uma forma de lidar com a dor emocional, em vez de tentar suprimí-la ou evitá-la.
O dorama também abre espaço para a discussão sobre o estigma da saúde mental na sociedade. Ao retratar personagens com transtornos diversos, de maneira complexa e humana, "It's Okay to Not Be Okay" desafia o espectador a refletir sobre suas próprias percepções e preconceitos em relação a essas questões.
Proponho que, ao assistir a esse dorama, você se permita refletir: quais aspectos da história ressoam com as suas experiências? Como você lida com suas próprias vulnerabilidades e traumas? E, mais importante, de que forma você pode integrar a aceitação como um passo para o seu próprio bem-estar?
Doramas como "It's Okay to Not Be Okay" podem nos oferecer mais do que uma história cativante. Eles nos dão ferramentas para entender e cuidar melhor de nossa saúde mental, oferecendo reflexões profundas que podem ser aplicadas em nossas vidas diárias.
Uma análise individual de cada personagem pode ser conferida no instagram: @day.anemelo